Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Daddy Issues

Sempre se ouviu dizer que nas relações, homens e mulheres, procuram semelhanças com os seus progenitores na escolha dos seus futuros parceiros.

Sempre se ouviu dizer, também, que a vivência desses relacionamentos resulta das experiências vividas com os nossos pais. Homens com as suas mães e mulheres com os seus pais.

Pois eu tenho a dizer que, no que a mim diz respeito e apesar de ter dito várias vezes que isso não se aplicava à minha pessoa, ontem tive uma epifania.

A verdade é que sempre idolatrei o meu pai. Ele era o porto seguro do meu mundinho virado do avesso. Cedo percebi que tinha de me agarrar a ele se queria sobreviver neste mundo cruel onde eu tinha sido "deixada".

Era a menina do papá e com muito orgulho. Era a menina dos olhos dele e ele era o meu herói.

Mas as palavras, às vezes bem mais que as atitudes, também matam. E quando aos meus cerca de 15/16 anos ouço da boca do meu pai, sem qualquer razão ou justificação, que eu era a maior desilusão da vida dele e o maior erro que ele tinha cometido... O meu mundo ruiu.

Hoje digo que não acredito no amor, na durabilidade das relações e na realidade não permito que ninguém se aproxime o suficiente para que me possa infligir dano... 

Por isso, sim! Eu tenho daddy issues...

... Por que há coisas que um filho(a) nunca devia ouvir (e essa não foi a pior coisa - de longe - que ouvi do meu pai), por que há coisas que mesmo que se pensem, não se devem verbalizar... Por que as pessoas à nossa volta (sejam filhos, parentes, amigos, etc) não têm de "levar" com as nossas desilusões e mágoas... Por que devemos ter a noção do peso das nossas palavras e perceber que as mesmas podem moldar personalidades e até mesmo vidas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Também eu idolatrava o meu pai, era o meu herói e tinha um orgulho imenso nele... Como as coisas mudam... É triste haver pessoas tão reles e que mesmo assim tenham o dom de gerar um filho...

Como eu te compreendo minha querida, como eu te compreendo...